quinta-feira, 11 de julho de 2019

DIFERENÇAS ENTRE PRECONCEITO, RACISMO E DISCRIMINAÇÃO

O preconceito é uma opinião preconcebida sobre determinado grupo ou pessoa, sem qualquer informação ou razão. O racismo é a crença de que existiriam raças superiores a outras.
Já a discriminação é a ação baseada no preconceito ou racismo, em que o indivíduo recebe um tratamento injusto apenas por pertencer a um grupo diferente.
PreconceitoRacismoDiscriminação
Significado
O preconceito é uma opinião feita de forma superficial em relação a determinada pessoa ou grupo, que não é baseada em uma experiência real ou na razão.
O racismo é a crença de que os membros de uma etnia possuem características, habilidades ou qualidades específicas desta etnia e, portanto, seriam uma "raça" superior às outras.
A discriminação refere-se ao tratamento injusto ou negativo de uma pessoa ou grupo, por ela pertencer a certo grupo (como etnia, idade ou gênero). É o preconceito ou racismo em forma de ação.
MotivoBaseado na ignorância ou em estereótipos.
É um resultado do preconceito, causado pela antipatia e pelo ódio a pessoas com diferentes cor de pele, costumes, tradições, idioma, local de nascimento, etc.
Pode ser causada pelo racismo ou preconceito para com pessoas de diferente idade, gênero, raça, habilidades, orientação sexual, educação, estado civil ou antecedentes familiares.
ResultadosPode resultar em racismo ou discriminação de um determinado grupo.Normalmente, o resultado é a discriminação ou preconceito com base na etnia, causando efeitos adversos como escravidão, guerras e xenofobia.Conduz à rejeição e exclusão de um certo grupo de pessoas, assim como causar o bullying, segregação e exclusão social, etc.
ManifestaçãoComo crença.Como crença.Ação.
NaturezaNão consciente.Consciente e não consciente.Consciente e não consciente.
Ação legal no BrasilNão pode ser levado à justiça, pois não representa uma ação.Pode ser levado à justiça, de acordo com a Lei 7.716/89.Pode ser levado à justiça, de acordo com a Lei 7.716/89.
ExemploUma pessoa achar que alguém com obesidade não emagrece apenas porque é preguiçosa.Uma pessoa ser considerada mais violenta apenas pela cor da pele.O fato de homens e mulheres receberem salários diferentes para realizar o mesmo trabalho.

O que é preconceito?

O termo preconceito se refere a uma opinião preconcebida ou sentimento formado sobre uma pessoa ou um grupo, sem que haja experiências ou fatos relevantes para comprová-lo.
O termo é usado geralmente de forma negativa, onde os membros pertencentes a um grupo são vistos como inferiores.
Geralmente, ocorre com características que algum grupo considera incomum ou indesejável em outra pessoa ou grupo. Isso acontece quando se critica aspectos como etnia, gênero, nacionalidade, status social, orientação sexual ou afiliação religiosa de alguém.
Além do racismo, as principais formas de preconceito incluem:
  • Machismo: a crença de que as mulheres são menos capazes do que os homens;
  • Homofobia: antipatia, desprezo, preconceito, aversão ou ódio à homossexualidade ou pessoas identificadas ou percebidas como lésbicas, gays, bissexuais ou transgêneros (LGBT);
  • Discriminação religiosa: valorização ou menosprezo de uma pessoa ou grupo por causa de suas crenças.
A diversidade humana é uma riqueza, não um defeito

O que é racismo?

O racismo parte da ideia de que a espécie humana seria dividida por raças, daí o nome.
No entanto, as diferenças físicas e genéticas que os seres humanos apresentam não são suficientes para caracterizar uma raça. O DNA de uma pessoa branca e uma pessoa negra, por exemplo, varia menos de 0,1%.
Então, o racismo é a ideia de que indivíduos de certa etnia possuem características, habilidades ou qualidades específicas desta etnia. Portanto, seriam uma "raça" superior, enquanto outras, inferiores.
Ele pode assumir a forma de ações, práticas, crenças sociais ou sistemas políticos que consideram que diferentes "raças" devem ser classificadas como superiores ou inferiores. O racismo também pode julgar que pessoas de etnias distintas devem ser tratadas de forma diferente.
As formas clássicas de racismo incluem:
  • Discriminação racial: separação de pessoas através de uma divisão social;
  • Racismo institucional: discriminação racial por parte de grandes organizações com o poder de influenciar a vida dos indivíduos, como governos, corporações, religiões e instituições educacionais;
  • Racismo nos direitos civis: incluem a disparidade histórica, econômica ou social causada pelo racismo passado, afetando a geração atual, e em atitudes racistas e ações inconscientes dos membros da população em geral.

O que é discriminação?

A discriminação é a ação baseada no preconceito. Ocorre quando não se trata membros de determinado grupo com respeito, mas com base em fatores como status, cor da pele ou identidade.
Essa distinção acontece de modo prejudicial, e o fato de alguém ser tratado pior do que outros por algum motivo arbitrário já é considerado discriminação.
Além do racismo, outras formas de discriminação incluem a distinção por:
  • Idade;
  • Linguagem;
  • Deficiência;
  • Etnia;
  • Identidade de gênero;
  • Altura;
  • Nacionalidade;
  • Religião;
  • Orientação sexual;
  • Peso.
Como a discriminação é a ação em si, uma pessoa pode ser preconceituosa e racista, mas não agir de acordo com suas opiniões. Ou seja, não efetua de fato ações de discriminação.

DIFERENÇA ENTRE NISSEI E SANSEI

Para entender as diferenças entre nissei sansei, é preciso saber a origem destas palavras. Em japonês, sei significa “geração”, enquanto os vocábulos que incorporam o sufixo indicam o número de gerações passadas.
Como exemplo, podemos citar os primeiros japoneses que emigraram para o Brasil. Neste sentido, esses emigrantes foram chamados de issei.
Logo, issei é a primeira geração de emigrantes japoneses. A seguir vem a nissei, que significa segunda geração. Fica fácil deduzir que sansei seria a terceira.
TermoSignificado
SeiGeração
NikkeiImigrantes japoneses
IsseiPrimeira geração de imigrantes japoneses
NisseiSegunda geração (filhos dos isseis)
SanseiTerceira geração (netos de japoneses)
YonseiQuarta geração (bisnetos de japoneses)
GosseiQuinta geração (trinetos de japoneses)
RokusseiSexta geração (tetranetos de japoneses)
ShichisseiSétima geração (pentanetos de japoneses)

O que é nissei?

Em japonês, a palavra é usada para indicar os filhos de japoneses que nasceram fora do Japão. Ou seja, a segunda geração. O prefixo “ni” indica os filhos da primeira.
No caso, os primeiros japoneses (issei) que se instalaram no Brasil e em outros países, e tiveram filhos, deram origem à segunda geração. Ou seja, aos nisseis.
Nikkei: palavra semelhante, mas utilizada para indicar qualquer imigrante japonês.

O que é sansei?

sansei é um filho da segunda geração de japoneses que migraram para outros países. Ou seja, a terceira geração após a primeira ter se mudado para um Estado estrangeiro. O numeral é destacado pelo prefixo "san".

Gerações de imigrantes japoneses

Apesar de muitos generalizarem, os termos são utilizados porque há diferenças que podem ser marcantes de uma geração de japoneses para outra.
A vivência no exterior é um fator que pode influenciar a cultura japonesa aprendida pelos descendentes, que pode adquirir traços da cultura local.
Entretanto, estas são apenas duas determinações das gerações de emigrantes japoneses. Além de isseinissei sansei, há outros termos para diferenciar as gerações japonesas. Alguns deles são: yonsei (bisnetos de japoneses), gossei (trinetos), rokussei (tetranetos), shichissei (pentanetos) e assim por diante.

DIFERENÇA ENTRE RAÇA E ETNIA

A diferença entre raça e etnia é que “etnia” determina as características de um grupo por seus aspectos socioculturais. Já a “raça” seria definida por critérios físicos ou biológicos para diferenciar os indivíduos.
Neste sentido, a raça se referiria às características físicas de uma pessoa, como estrutura óssea, cor da pele, do cabelo ou dos olhos. Enquanto isso, a etnia refere-se à fatores sociais e culturais, como tradições e linguagem.
Apesar de o termo raça ser utilizado no senso comum, é incorreto afirmar que a espécie humana possui diferentes raças, uma vez que o DNA entre pessoas com diferentes características físicas varia em menos de 0,1%. Para a Ciência, isto não justifica a criação de subespécies ou subcategorias de seres humanos.
RaçaEtnia
FatorBiológico.Sociológico.
DefiniçãoO termo raça refere-se à divisão de seres vivos em grupos de acordo com suas características físicas. Apesar do uso popular referindo-se a seres humanos, é incorreto afirmar que existem diferentes raças humanas.Um grupo étnico é um grupo cujos membros se identificam com base em seus aspectos culturais, como seus costumes ou suas tradições artísticas.
Divisão
A raça seria definida por meio das características biológicas ou genéticas em comum, mas é aplicado a animais, como cães e gatos.
A etnia diz respeito aos traços culturais ou história compartilhada entre determinado grupo. Alguns grupos étnicos também compartilham traços linguísticos ou religiosos.
GenealogiaApesar de diferenças fenotípicas (na aparência física), a genética entre um ser humano e outro difere em apenas 0,1%.
A etnia é definida em termos de genealogia, costumes e tradições compartilhadas, seja real ou afirmada.
Fatores de distinçãoAs raças seriam distinguidas pelas características fenotípicas, como cor da pele, do cabelo e dos olhos. Mas há contradição, pois o termo também é utilizado, erroneamente, muitas vezes para distinguir diferenças culturais.A distinção de grupos étnicos é feito pelas características sociais e culturais de determinado grupo. Estas características podem variar entre períodos de tempo.
ClassificaçãoExiste apenas a raça humana.Há vários tipos de etnia. Alguns exemplos são brancos, negros, indígenas (que são classificados também em etnias menores), etc.
ExemploAté que uma raça alienígena superior seja encontrada, a raça humana apresenta a maior inteligência em todo o Universo.Kauê cresceu em uma comunidade indígena e fala guarani. Ele é de etnia guarani.

O que é raça?

A raça é uma categoria de seres vivos com características em comum, ou seja, são da mesma espécie. No entanto, é popularmente utilizada a palavra “raça” para se referir grupos étnicos distintos, como brancos, negros e asiáticos e até mesmo povos de religiões e cultura própria.
Porém, tendo em consideração a genética dos seres humanos e o consenso científico de que só existe a raça humana, é incorreto afirmar que uma pessoa branca e uma negra, por exemplo, seriam de raças diferentes. Isto porque fatores genéticos quase não diferem entre um indivíduo e outro.


Em vários momentos da história e erroneamente nos dias atuais, o termo “raça” é utilizado para distinguir um grupo de pessoas que teria características físicas em comum, ou seja, seriam semelhantes e, por isso, da mesma “raça”. Estas características envolveriam a cor da pele, dos olhos, o tipo de cabelo, etc.
Mas a aparência de uma pessoa não a define como sendo de uma raça diferente, pois estudos genéticos mostram o contrário. Por exemplo, a cor da pele de um indivíduo pode mudar drasticamente em apenas 100 gerações (cerca de 2.500 anos) como resultado de influências ambientais.
Desta maneira, o consenso é de que a raça humana deveria ser classificada apenas por etnias, uma vez que, neste caso, fatores sociológicos são considerados mais relevantes que fatores genéticos. Ainda que indivíduos apresentem diferenças fenotípicas (na aparência física).
Logo, o conceito de raça na biologia não é aplicado a seres humanos, somente a animais, como cães e gatos.

O que é etnia?

A palavra etnia vem do grego ethnos, que deriva da palavra ethos, que significa costume. Ou seja, representa uma população que possui uma origem em comum, as mesmas tradições, língua, cultura, religião. Neste sentido, pessoas que compõem um grupo sociologicamente homogêneo.
Assim sendo, a palavra etnia não é considerada um sinônimo de raça, uma vez que esta última seria definida por diferenças genéticas.
Vale relembrar que os seres humanos são pertencentes a uma única raça, a humana. Entretanto, fatores socioculturais são considerados relevantes e, por isso, etnia é o termo correto para identificar diferentes grupos de pessoas.
Apesar de não ser consenso na comunidade científica, as diferenças fenotípicas (na aparência física) também seriam consideradas fatores étnicos.
Desta forma, pode-se citar como exemplo descendentes de japoneses nascidos no Brasil, que podem ter olhos puxados e cabelos pretos. Estes podem se considerar do grupo étnico japonês enquanto se desenvolvem socialmente. No entanto, etnia engloba principalmente costumes, tradições, religião, entre outros fatores.

Raça x Etnia

O conceito de raças diferentes de seres humanos foi abortado pela comunidade científica na segunda metade do século XX, pois fatores genéticos não seriam relevantes para a diversificação da raça humana em subcategorias. Por isso, o termo reforça o preconceito e o racismo.
O racismo é a crença de que há “raças humanas”, mesmo que isto não seja aceito cientificamente. Isto leva a ideia de que existiriam raças de seres humanos superiores a outras. Apesar de a “raça” ser ligada a fatores biológicos, muitas vezes o termo é usado para designar grupos de culturas diferentes, o que gera contradição.
Portanto, reafirma-se, etnia é o termo correto para identificar grupos de seres humanos com diferentes características socioculturais ou até mesmo físicas. A palavra “raça” deve ser usada apenas em seu conceito biológico, que se aplica a subgrupos de uma espécie.
Como a raça humana não possui subgrupos, não existem raças de seres humanos.

DIFERENÇAS ENTRE NAZISMO E FASCISMO

Apesar das semelhanças, o nazismo e o fascismo são diferentes. O nazismo foi um movimento ideológico que nasceu na Alemanha e esteve sob o comando de Adolf Hitler de 1933 a 1945.
Já o fascismo foi um sistema político e surgiu primeiro, na Itália, tendo aumentado a sua influência na Europa entre 1919 e 1939.
O nazismo tem caráter nacionalista, imperialista e belicista (que tende a se envolver ativamente em guerras). O fascismo também tem caráter nacionalista e é antissocialista.
NazismoFascismo
DefiniçãoMovimento ideológico que misturava dogmas e preconceitos baseados na ideia de que a "raça ariana" (alemã) era superior a todas as outras.Regime ou movimento político e ideológico em que o conceito de "nação" e "raça" está acima do indivíduo e seus valores.
Principais líderesAdolf Hitler, Henrich Himmler, Martin Borman, Joseph Goebbels, Hermann Goering, Klaus Barbi.Benito Mussolini, Francisco Franco, Hideki Tojo.
Características
  • Racismo
  • Totalitarismo
  • Nacionalismo
  • Anticomunismo
  • Antiliberalismo
  • Totalitarismo
  • Nacionalismo
  • Populismo
  • Antiliberalismo
  • Antissocialismo

O que é nazismo?

O nazismo foi um movimento ideológico surgido na Alemanha e é comumente associado ao Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, comandado por Adolf Hitler de 1933 a 1945.
Apesar de muitos o considerarem uma versão “extrema” do fascismo, a principal diferença entre nazismo e fascismo é que o movimento nazista acreditava no “racismo científico”, que é a crença em uma pseudociência de que existem raças de seres humanos superiores e inferiores.
O conceito de “raça” entre seres humanos tem sido debatido. Atualmente, "etnia" é o termo mais utilizado para referenciar grupos distintos, já que aspectos socioculturais são considerados mais relevantes que fatores genéticos.
No entanto, os alemães, sob influência do Partido Nazista, passaram a acreditar que a “raça ariana” era superior a todos os outros grupos humanos, sendo os judeus o alvo principal de seus preconceitos e dogmas. Por isso, os nazistas são antissemitas.
A origem da palavra “nazismo” está ancorada na junção das palavras Nacional-Socialismo. Neste caso, o socialismo foi redefinido pelos nazistas para distingui-lo do socialismo marxista, fortemente rechaçado pelo movimento.
Extremamente rígidos no que tocava a sua superioridade em relação a outras “raças”, os nazistas contrastavam no quesito “luta de classes”, sobre o qual eram contra. Isto fazia frente ao capitalismo, que passava a dominar o ocidente.
                                                     Bandeira com o símbolo do nazismo, a cruz suástica

Principais características do nazismo

Racismo

Os nazistas praticaram o “racismo científico”, termo atualmente usado com carga pejorativa e uma vertente ideológica baseada em uma pseudociência para justificar atos racistas.
De acordo com a crença alemã da época, os seres humanos eram divididos por “raça”, sendo a “raça ariana” superior a todas as outras. Neste sentido, consideravam os judeus a raça mais inferior, aversão chamada de “antissemitismo”.
Para todos os efeitos, os alemães sob influência do nazismo acreditavam que não deveriam se misturar a outras “raças”, sendo o povo que deveria liderar o mundo.

Totalitarismo

O cidadão que vivia na Alemanha nazista deveria seguir os preceitos ordenados pelo Estado, não tendo liberdades (como de expressão) garantidas. As ações e medidas adotadas pelo Führer (líder nazista) eram inquestionáveis, uma vez que era cultuado quase como uma divindade.
No totalitarismo, o governo tenta comandar todos os aspectos sociais, sejam de ordem pública ou privada. Desta forma, é um sistema político autoritário, geralmente com o poder concentrado em uma única pessoa como líder, sem partidos políticos e parlamentos.

Nacionalismo

O nazismo defendia um nacionalismo revolucionário. Isto quer dizer que acreditavam em uma sociedade alemã “superior”, o que deu origem às ações preconceituosas e radicais do movimento.
Para os nazistas, era preciso construir uma “Grande Alemanha”, anexando territórios de povos com origem germânica, como a Áustria.
Esta construção era chamada de “Espaço Vital” e devia incorporar os países de população ariana. Depois, deveriam se expandir para o oeste.

Anticomunismo

Por extinguir a propriedade privada, o comunismo era visto como um perigo para a sociedade alemã. Para o nazismo, as classes deveriam ser bem definidas, assim como a ascensão social se daria através do mérito e do talento.
No entanto, a ideia era que fosse criado um sentimento de solidariedade entre as classes, algo que, para os nazistas, faria que a distinção fosse superada. Vale ressaltar que o socialismo embutido na palavra “nazismo” (Nacional-Socialismo) não teria ligações claras com o socialismo defendido por Karl Marx, que era judeu.
Outro ponto considerado perigoso pelos nazistas era a questão religiosa. No socialismo e comunismo, a religião deve ser algo privado e que, aos poucos, seria eliminada da sociedade. O Partido Nazista era veementemente contra esta ideia, pois toleravam a religião desde que fosse controlada pelo Estado nazista.

Antiliberalismo

Hitler era contra o liberalismo por acreditar que o sistema econômico iria contra o interesse público. O nazismo queria uma economia voltada aos interesses do povo.
Para os nazistas, a economia de mercado e a busca desenfreada pelo lucro causava danos à sociedade. Estes danos seriam baseados no controle econômico por grandes empresas, além da possibilidade de domínio das finanças internacionais por um país ou grupo de países.
Para o Führer, o liberalismo estava em declínio e o conceito de comércio internacional não seria eficaz para se ter acesso a recursos necessários. Para obtê-los, os nazistas acreditavam no domínio completo de territórios que possuíssem tais recursos. Portanto, a guerra era a única forma de consegui-los.

O que é fascismo?

O fascismo foi um sistema político liderado por Benito Mussolini e surgiu na Itália entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial (1919-1939). Sob o comando de Mussolini, o fascismo influenciou polticamente diversos países europeus.
Em um regime fascista, a sociedade e a economia ficam sob total domínio do Estado, que usa a ditadura e a força para implantar medidas, além de utilizar a violência para reprimir a oposição.
Como no nazismo, os fascistas eram extremamente nacionalistas e anticomunistas, assim como não acreditavam na liberdade política e econômica.
Outro aspecto marcante do fascismo é que se pregava que os interesses da população eram os interesses do Estado, apesar de o movimento desprezar a democracia eleitoral.
Por isso, não era necessário que o povo se manifestasse através de representantes eleitos, pois o Estado já saberia o que seria melhor para a população.
O regime fascista é autoritário, sendo o poder do líder inquestionável, pois possui uma aura de divindade. O culto à personalidade (do líder) é uma das características do fascismo, assim como no nazismo e em outros sistemas ditatoriais.
Uma das diferenças mais importantes entre o fascismo e o nazismo é que o movimento não incorporou o racismo nas suas diretrizes originais.

Principais características do fascismo

Totalitarismo

Os fascistas acreditavam que a nação devia ficar sob o comando de um único líder, sendo que ele não teria limites para o poder em mãos. Isto é, as decisões tomadas e as ordens dadas pelo líder fascista eram inquestionáveis. Praticamente todos os aspectos da vida pública e privada deveriam ser regulamentados pelo Estado.

Nacionalismo


Da mesma forma que o nazismo, a ideia de nacionalismo era muito enraizada no fascismo. Os fascistas lutavam pela “preservação da nação”, mesmo que isto fosse feito através de medidas violentas, que deveriam ter o apoio da população.
O nacionalismo dos fascistas era militante. Todos os cidadãos do país deveriam participar desde a infância dos movimentos nacionais, por bem ou por mal.

Populismo

Para que o sentimento de nacionalismo fosse implantado na mente dos cidadãos, o regime fascista criava propagandas políticas e populistas para enaltecer o povo.
Além disso, era uma ideologia extremamente contra intelectuais e suas pesquisas. O anti-intelectualismo era incutido na mente dos cidadãos para que rejeitassem ideias e conceitos que não fossem promovidos pelo Estado.

Antiliberalismo

Apesar de aceitar algumas ideias capitalistas, como a propriedade privada, o fascismo acreditava que o Estado devia intervir na economia. Isto a fim de impedir “desequilíbrios” econômicos e sociais.
Há algumas outras características, como o militarismo, em que a sociedade estaria sempre preparada para a guerra e o expansionismo.
                                                             Benito Mussolini e Adolf Hitler
Por fim, muitas vezes, a palavra “nazismo” e “fascismo” são tratadas como sinônimos. Mas as semelhanças são concentradas na questão do nacionalismo, da unidade territorial e certos aspectos da teoria econômica.
O fascismo liderado por Mussolini não tinha um viés racista ou antissemita até que o chefe de Estado, Mussolini, se aliou a Hitler.
O nazismo, entretanto, desde que surgiu, já tinha em suas diretrizes o racismo e o antissemitismo, sendo incluída uma cláusula no documento que fundava o Partido Nazista, assinado em 1920, que diz: “Nenhum judeu [...] pode ser cidadão.”

DEMOCRACIA DIRETA, INDIRETA E REPRESENTATIVA

A democracia direta é um sistema político em que os cidadãos elegíveis fazem parte das tomadas de decisões de forma direta, ou seja, sem intermediários. Hoje, não há nenhum país de democracia direta.
A democracia representativa é uma forma de democracia indireta, em que as decisões são tomadas por representantes eleitos pelos cidadãos.
DemocraciaDemocracia diretaDemocracia indireta (representativa)
DefiniçãoÉ um sistema político em que o povo participa ativamente das tomadas de decisão referente à administração de um estado / país.É um sistema político em que o povo, diretamente e sem representantes, participa ativamente nas tomadas de decisões de um estado / país.Consiste na escolha da população, por meio de eleições, de representantes para que tomem decisões em seu nome.
Características
Pode ser direta (em que os cidadãos decidem sobre questões relacionadas a criações de leis, orçamento, etc.); ou indireta / representativa (em que a população escolhe representantes para que tomem decisões em seu nome).
Na democracia direta, todas as questões relacionadas à administração do estado / país são definidas pelo povo. Neste caso, não há escolha de representantes, pois a população participaria ativa e diretamente nas tomadas de decisão.
A população escolhe representantes para que tomem decisões em seu nome. Há eleições para que estes sejam eleitos. Ou seja, a população participa das decisões através de pessoas em quem confiam, escolhidas democraticamente.
Exemplos
Países democráticos:
  • Brasil;
  • Argentina;
  • Estados Unidos;
  • Canadá;
  • Portugal;
  • Noruega.
Atualmente, não há nenhum país de democracia direta. Na Grécia Antiga era exercida, mas naquela época nem todos podiam participar das tomadas de decisão, como as mulheres.
  • Brasil;
  • Portugal;
  • Estados Unidos;
  • Canadá;
  • França;
  • Alemanha;
  • Itália.

O que é democracia?

A palavra democracia vem do grego para “governo do povo” e, como é de se supor, é a população de um país que participa das tomadas de decisão. Não obstante, para que um governo seja considerado democrata, ele precisa garantir a igualdade e a liberdade do povo, além do Estado de direito.
A democracia é um sistema político em que os cidadãos podem participar das decisões relacionadas ao Estado direta ou indiretamente. As tomadas de decisão podem ser relativas à escolha de representantes para que decidam em nome do povo sobre assuntos diversos, como a criação de leis.

Democracia direta

Quando os cidadãos participam ativa e diretamente das decisões políticas de um Estado, estes vivem em uma democracia direta. As tomadas de decisão são feitas por votações, consultas populares (como plebiscitos e referendos).
Entretanto, atualmente não há nenhum país em que a democracia direta seja exercida. A maioria dos países opta pelo modelo democrático de democracia indireta (representativa), em que os cidadãos escolhem representantes para que tomem decisões em seu nome.
Há ainda certo consenso de que nunca houve uma democracia direta, pois quando exercida na Grécia Antiga, somente parte da população tinha o direito a participar de decisões.
É visto por muitos como um modelo que pode não funcionar efetivamente, isto porque questões em que milhares de pessoas precisam decidir sobre determinado assunto poderiam ser difíceis de se obter consenso claro.

Democracia indireta ou representativa

Em uma democracia indireta (representativa), os cidadãos escolhem representantes em intervalos regulares para que estes votem sobre assuntos para a administração do país. No Brasil, as eleições destes representantes ocorrem a cada quatro anos, mas variam de país para país.
Por isso, é importante que os cidadãos em uma democracia indireta (representativa) estejam atentos sobre quem escolhem para os mandatos políticos. Isto porque irão representá-los no governo e tomar decisões em seu nome.
O Brasil é adepto da democracia representativa (também chamada de indireta ou semidireta). Assim, o povo escolhe representantes, que exercem mandatos para efetuar as vontades e anseios da população.
No entanto, em alguns momentos, os cidadãos podem ser chamados para decidir sobre questões diretamente, através de plebiscitos e referendos.
A maioria dos países democratas são adeptos da democracia representativa. Além do Brasil, pode-se citar como exemplos Estados Unidos, França, Portugal, Canadá, Reino Unido, entre outros.

DIFERENÇA ENTRE DIREITA, ESQUERDA, LIBERAL E CONSERVADOR

As principais diferenças entre as ideologias de esquerda e de direita se centram em torno dos direitos dos indivíduos e o papel do governo.
Já os termos liberal e conservador são utilizados na definição das pautas apoiadas.
A esquerda acredita que a sociedade fica melhor quando um governo tem um maior papel, garantindo direitos e promovendo a igualdade entre todos.
Por sua vez, as pessoas de direita acreditam que a sociedade progride quando os direitos individuais e as liberdades civis têm prioridade, e o poder do governo é minimizado.
Vejamos agora as diferenças entre liberal e conservador. Enquanto os liberais possuem uma visão mais progressista e a favor de mudanças, os conservadores possuem uma visão mais tradicional da ordem social existente.
É necessário ressaltar que os conceitos direita, esquerda, liberal e conservadormudaram bastante desde sua criação e que hoje a linha entre eles é muito tênue. Porém, para título de comparação, iremos focar nas pautas que mais se assemelham a cada uma destas ideologias políticas.
EsquerdaDireita
Filosofia políticaLiberal.Conservadora.
EstadoDefende um Estado maior, que tenha o papel de fazer da sociedade um lugar de oportunidades iguais para todos.Prefere um Estado menor, a fim de permitir espaço para a iniciativa individual.
Empresas
Luta por maior regulamentação e impostos sobre as empresas.
Advoga baixos impostos e menor regulamentação das empresas.
Política econômicaIgualdade de renda, maiores taxas de imposto sobre os ricos, gastos governamentais em programas sociais e infraestrutura, mais regulamentação nos negócios.Redução dos impostos e menor regulamentação das empresas, redução do gasto público.
Gastos públicos
A esquerda espera que o governo garanta o bem-estar social, e por isso os seus gastos são altos.
Defende a redução de gastos do governo e de seus programas assistencialistas.
Igualdade de rendimentoGerada a partir de impostos proporcionais sobre os ricos para criar igualdade de renda.A direita acredita que aqueles que têm capacidade e privilégios para ganhar devem ser livres para fazê-lo.
Política de SaúdeAcredita que o acesso aos cuidados de saúde é um dos direitos fundamentais a todos os cidadãos e deve ser garantido pelo Estado.Se opõe à expansão de programas de saúde do governo e a deixa para a iniciativa privada.
Aborto
Geralmente a favor de políticas de planejamento familiar, legalização do aborto e da pesquisa com células-tronco.
Geralmente contra o aborto e contra a pesquisa com células-tronco.
Direitos dos homossexuais
Geralmente apoiam o casamento homossexual e as leis contra a discriminação.
Em geral é oposto ao casamento homossexual.
Porte de Armas
A favor do desarmamento.
A favor da liberação do porte de armas.
Exemplos de partidos políticos no BrasilPT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB.PP, DEM, PR, PSC, PEN.
PersonalidadesAlbert Einstein, Chico Buarque, Karl Marx.Margareth Thatcher, Adam Smith.

O que é a Esquerda?

A ideologia de esquerda defende que o governo deve garantir o bem dos cidadãos. Para isso, ele deve ser grande e forte, controlando todos os setores da sociedade, regulando as empresas e cobrando impostos.
Suas ideias são inspiradas no socialismo e no comunismo.

O que é a Direita?

A ideologia defende uma menor participação do governo na sociedade, deixando que o próprio mercado dite suas regras.
A direita defende uma maior responsabilidade individual das pessoas e autonomia das empresas, com menos impostos e regulamentação.
Seu embasamento teórico vem do liberalismo.

Principais diferenças

A esquerda acredita que deve haver um sistema de pagamento de impostos adequado, onde todos devem pagar uma quantia específica de tudo o que ganham.
Por outro lado, a direita acredita que deve haver menor pagamento de impostos para as pessoas que produzem mais, pois assim poderiam contribuir para o bem-estar da sociedade.
No caso da saúde e educação, a esquerda acredita que o governo deve ter um maior papel, fornecendo instalações de cuidados e um sistema educacional gratuito e acessível para todos. Por outro lado, a direita pensa que esses devem ser fornecidos por entidades privadas.

Como surgiram os termos esquerda e direita?

Os termos políticos esquerda e direita se originaram no século XVIII durante a Revolução Francesa e são baseados nos arranjos de assentos na Assembleia Nacional Francesa.
Aqueles que se sentaram à esquerda do presidente parlamentar apoiaram a revolução, se opondo à monarquia. Elas eram favoráveis à uma mudança radical, que iria levar ao fim da monarquia e dar mais poder ao povo. Por isso, essa ideologia é relacionada com a luta dos trabalhadores.
Aqueles que se sentaram à direita apoiaram o antigo regime monarquista. Quanto mais forte a sua oposição à mudança e seu desejo de preservar a sociedade tradicional, mais à direita eles estariam. A tradição, a religião institucional e a privatização da economia foram considerados os valores fundamentais da direita.

Esquerda e Direita na política atual

Com o passar dos anos, essa divisão entre direita e esquerda foi ficando mais complexa, pois novas demandas e interesses foram surgindo. Assim, os conceitos de direita e esquerda já não eram suficientes para definir os ideais políticos dos partidos.
Então foi necessária a criação de outras divisões para explicar os diferentes partidos e suas reivindicações. As mais utilizadas são: extrema esquerda, esquerda, centro-esquerda, centro, centro-direita, direita e extrema direita.
Os grupos com ideias mais radicais e extremistas ficam nas pontas, enquanto no centro ficam os partidos que atuam de forma mais moderada e que possuem um maior apelo eleitoral.
Além dessa divisão, alguns grupos que costumam ser considerados de esquerda são: progressistas, ambientalistas, social-democratas, sociais-liberais, libertários-socialistas, comunistas e anarquistas.
Por sua vez, na direita nós podemos encontrar os capitalistas, neoliberais, conservadores, econômico-libertários, anarcocapitalistas, neoconservadores e nacionalistas.

Liberal e Conservador

Antigamente, os conceitos de liberal e conservador estavam ligados à permanência ou não do sistema político vigente. Enquanto os conservadores desejavam um governo central forte, os liberais queriam sua descentralização.
Porém, com a instauração da democracia, os termos liberal e conservador passaram a ser mais utilizados para definir outras pautas dos grupos, sejam elas no contexto social ou econômico.
Quando se trata do contexto social, os conservadores têm uma visão mais tradicional, se opondo à pautas como o casamento homossexual, legalização das drogas, aborto e migração. Enquanto isso, os liberais costumam apoiar essas pautas.
Em questões como a pena de morte e legalização das armas, geralmente são apoiadas pelos conservadores e refutadas pelos liberais.